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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

INTRODUÇÃO À TRADUÇÃO TÉCNICA







Autora: Silvia Gamero – Tradutora Técnica Cientifica - Alemão _Espanhol
Maio 2005 - Fonte: http://www3.uji.es/~gamero/traductortecnico.pdf

O perfil profissional do tradutor técnico

A tradução técnica é, sem dúvidas, o tipo de tradução que tem maior demanda no mercado profissional, ante as outras especialidades (jurídica, literária, audiovisual).
O perfil básico do tradutor técnico é o do profissional que se dedica à tradução de textos escritos (por exemplo, software *1, projetos, patentes, etc.) que tratam de qualquer dos campos da técnica, desde uma língua estrangeira para a língua materna.
Outras variantes menos habituais são a tradução audiovisual técnica (por exemplo, um vídeo de divulgação sobre o processo de produção de chocolate), tradução à vista de textos técnicos e interpretação de enlace, simultânea ou consecutiva em empresas (por exemplo, em reuniões ou cursos de formação), assim como a tradução técnica inversa. Todas estas variantes podem fazer parte em algum momento do trabalho do tradutor técnico ao longo de sua carreira profissional, pelo que necessitará acudir a destrezas suplementares em função da variedade ou modalidade de tradução técnica que afronte em cada momento (técnicas da tradução audiovisual ou da interpretação consecutiva, por exemplo).

Diferença entre tradução técnica e tradução científica

Quase sempre se tem considerado a tradução científico-técnica como uma unidade.
Isto se deve em parte a que as fronteiras entre a ciência e a técnica não sempre estão claras. Assim, há objetos de estudo que se afrontam desde disciplinas científicas e tecnológicas à vez; por exemplo, o átomo se estuda tanto desde a física como desde a tecnologia nuclear. Por outro lado, alguns autores afirmam que existem categorias intermediarias entre a ciência e a técnica, como por exemplo, as ciências aplicadas (medicina).
Por definição, a ciência é um conjunto de saberes teóricos, e a técnica, a aplicação desses conhecimentos à exploração industrial (ciências tecnológicas) ou à exploração do solo (ciências agronômicas).

A nomenclatura internacional da UNESCO apresenta todas as ramas dos campos da ciência e a tecnologia: Qualquer texto cujo âmbito temático esteja enquadrado em uma destas áreas será um texto técnico, independentemente de seu grau de especialização. Por sua parte, a tradução científica tem por objeto textos pertencentes a qualquer dos demais epígrafes da nomenclatura da UNESCO.
31. Ciências agronômicas
33. Ciências da engenharia
3301 Engenharia e tecnologia aeronáutica
3101 Química da agricultura
3102 Engenharia agrícola
3103 Agronomia
3302 Tecnologia bioquímica
3303 Engenharia e tecnologia química
3304 Tecnologia de computadores
3104 Animais domésticos
3305 Tecnologia da construção
3105 Peixes e animais selvagens
3306 Engenharia e tecnologia eléctrica
3106 Florestas
3307 Tecnologia eletrônica
3107 Horticultura
3308 Engenharia e tecnologia ambiental
3108 Fitopatologia
3309 Tecnologia de alimentos
3109 Ciências veterinárias
33010 Tecnologia industrial
33011 Tecnologia de instrumentos
33012 Tecnologia de materiais
33013 Engenharia e tecnologia mecânica
33014 Tecnologia médica
33015 Tecnologia metalúrgica
33016 Tecnologia de produtos metálicos
33017 Tecnologia automotiva
33018 Tecnologia da mineração
33019 Tecnologia naval
33020 Tecnologia nuclear
33021 Tecnologia do petróleo e do carvão
33022 Tecnologia de potencia
33023 Tecnologia ferroviária
33024 Tecnologia espacial
33025 Tecnologia de telecomunicações
33026 Tecnologia têxtil
33027 Tecnologia de sistemas de transporte
33028 Tecnologia de operações unitárias
33029 Planificação urbana
Qualquer texto cujo âmbito temático esteja enquadrado numa destas áreas será um texto técnico, independentemente de seu grau de especialização.

A sua vez, a tradução científica tem por objeto textos pertencentes a qualquer dos demais epígrafes da nomenclatura da UNESCO.
Porém, o tema não é o único fator que determina se um texto é especializado ou não.
Um mesmo tema pode dar lugar a textos especializados e não especializados em função do carácter referencial que transmita, de forma que, ante intenções funcionais que alterem a referência própria de cada especialidade (ironizar sobre um tema, banaliza-lo até o converter em piada ou chiste, metaforizar uma temática para aludir a una situação distinta, etc.), os textos de temática inicialmente especializada se transformam em textos não especializados.
Assim as coisas, o tema só pode ser um ponto de partida, e há que acudir a outros critérios relacionados com a situação comunicativa, os interlocutores e a função textual.
Quais são as situações de uso em que se produzem os textos científicos, por um lado, e os textos técnicos, pelo outro?
O tipo de textos de que fazem uso os cientistas tem primordialmente a função de disseminar o conhecimento (por exemplo, o artigo de investigação), em tanto que, pelo geral e devido à grande concorrência comercial, os técnicos não escrevem para difundir seus conhecimentos aplicados *2
Outras situações comunicativas são compartilhadas com os textos técnicos, porque ao igual que eles, os textos científicos podem se utilizar para transmitir o conjunto de saberes próprios duma disciplina aos especialistas em formação (manual sobre um campo determinado, científico ou tecnológico) ou, em alguns casos, para divulgar uns conhecimentos básicos entre o público geral (monografia de divulgação, artigo de divulgação na imprensa geral, documentário televisivo, todos eles sobre temas científicos ou tecnológicos). Porém aqui acaba o inventario de possibilidades, em tanto que no âmbito de uso dos textos técnicos é muito mais amplo, e inclui a produção de textos com o fim de contribuir à organização dos processos industriais (plano de produção, solicitude de desenvolvimento do produto, etc.), oferecer informação ao usuário dos produtos (manual de instruções, bula de medicamento), anunciar produtos (reportagem, anuncio técnico, etc.), e outros muitos mais, como veremos mais adiante.
A linguajem científico é mais universal que o técnico, já que há mais paralelismo entre língua de partida e língua de chegada na ciência que na técnica.
A tradução técnica se produz principalmente no âmbito da indústria. As empresas industriais e de serviços produzem textos que jogam um papel econômico muito importante, cada um dos quais possui uma ou diversas funções; e todos os documentos fazem parte duma imagem de marca, que o tradutor deve assimilar e conservar em todo momento. Junto à especificidade do uso, também há diferenças de tipo textual. Assim, nos textos científicos prevalece a argumentação e a descrição, em tanto que nos textos técnicos dominam claramente a descrição e a exortação.
Se acudimos à prática profissional da tradução, comprovaremos que em quanto a porcentagem de mercado, a tradução técnica se situa adiante da científica, já que a demanda gerada pela indústria é muito maior que a produzida no seio dos centros de pesquisa. A tradução técnica desde o inglês, o alemão e o francês para outras línguas é a que dá lugar a um maior volume de atividade na Europa, devido à situação hegemónica como potencias industriais dos países nos que se fala estes idiomas.
No que respeita à tradução de textos científicos, se destaca a tradução inversa para o inglês. No atual panorama investigador dominado pelo inglês como língua franca, todos aqueles pesquisadores que aspiram a outorgar uma ampla difusão a seus trabalhos não tem mais remédio que publica-los nesta língua. Assim, apesar de que muitos autores possuem os conhecimentos passivos suficientes para ler textos de sua especialidade, o certo é que para se assegurar de que o artigo ou o livro que vão a publicar tem a qualidade linguística necessária, recorrem aos tradutores profissionais. Por sua parte, a tradução científica direta, do inglês, o alemão ou francês a outras línguas, também tem procura por parte dos pesquisadores e dos especialistas ou profissionais que querem estar ao dia em seu campo de especialidade e não conhecem estas línguas.

*1- A tradução de software costuma se denominar com o anglicismo “localização”, incluindo todo o processo de gestão do projeto, adaptação e posta em funcionamento do programa na versão de chegada.
*2. - Por suposto, também se escrevem artigos de investigação sobre campos técnicos, mas aqui se produz um divórcio entre o tema e o âmbito comunicativo de uso. A situação comunicativa em que se produze um artigo deste tipo não é técnica, posto que não surge no seio da indústria nem estão implicados técnicos em sua emissão, nem sua finalidade está relacionada diretamente com a aplicação prática de conhecimentos teóricos. Por tanto, um artigo de investigação sobre o controle da polução do ar (3308: engenharia e tecnologia ambiental) é um texto científico, em tanto que um projeto de medidas para a rápida descontaminação do meio ambiente em uma determinada zona geográfica (idêntico campo temático) é um texto técnico.

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