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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

RETROALIMENTAÇÃO - FEEDBACK



Como freelancer que trabalha para agências de tradução, não poucas vezes, escuto a advertência “é provável que o cliente altere, depois da tradução, o texto da mesma”.
Habitualmente respondo que não há problema, que não me incomoda, e ponto final.
Na realidade, não só não me incomoda, senão que o considero uma prova de atenção e de possibilidade de melhora ao texto final.
Normalmente procuro não alterar a redação original e traduzo metafrásticamente.
A tradução procura garantir a boa comunicação entre dois idiomas ou línguas, ou melhor, ainda é mais simples, entre duas pessoas.
No caso do idioma espanhol e português a tradução metafrâstica (literal-textual) é aceita, por sua proximidade cultural, fundamentalmente na comunicação comercial, técnica ou jurídica. A sua vez, a frâstica, é de uso mais habitual na tradução literária.
O conhecimento de idiomas estrangeiros não é senão uma ferramenta “necessária, mas não suficiente” para poder empreender o caminho na carreira de tradução.
Traduzir significa estar em capacidade de compreender o sentido e o re-expressar em outra língua livre das ataduras sintáticas da língua de origem. “Traduzir é pensar com o cérebro do outro”
A arte da tradução está muito longe de ser uma mera substituição duma palavra por outra. As múltiplas traduções sem sentido que lamentavelmente se enxergam em todas as áreas do conhecimento são a prova disso.
Entre os gregos a idéia de que a língua se "move" dentro dum espaço formal organizado, está muito viva.
Segundo Demócrito, entre a estrutura da linguagem e a estrutura do mundo existe uma similitude surpreendente: As cartas e os átomos são "ritmo", já que tem a ver com o deslocamento. Incluso o termo “ermeneia” (hermenêutica do grego ἑρμηνευτικὴ τέχνη, jermeneutiké tejne, ‘arte de explicar, traduzir e interpretar), que indica o ato da mediação dum certo pensamento ou um estado interior definido através duma linguagem determinada, parece sugerir uma imagem de movimento, de trânsito, de transporte.
Voltar a escrever em outra forma uma passagem duma obra requer a capacidade metafrâstica de manipular a linguagem. Una manipulação que poderia permanecer fiel ao original ou alterar-lo, começando a produzir um efeito estético mais chamativo. "Não menos que os teóricos modernos, Cicerón, Horacio, Quintiliano e outros escritores da antiga Roma eram muito conscientes de que a experiência de traduzir a "linguagem em movimento" se revela como um processo problemático, porque a dialética da apropriação e alienação acende uma complexa dinâmica transportiva, para o qual se vão a deslocar não só às formas lingüísticas, senão também significados históricos e culturais e valores estéticos".
Pessoalmente, como profissional da tradução, necessito retroalimentação (feedback) para confirmar se estou interpretando corretamente o espírito e o estilo que o redator pretende. Sou consciente que o redator / emissor também se beneficia com a possibilidade de sua correção, mas compreendo que o principal beneficiado será o destinatário da mensagem que receberá finalmente uma versão precisa e concisa do que o emissor deseja comunicar.
Infortunadamente, por trabalhar através de agencias de tradução – não é muito o feedback que recebo de parte do cliente -, em geral nenhum. Muitas gráficas que possuem seus próprios corretores de texto não têm como costume informar a respeito das alterações efetuadas.
Por tudo isso, procuro elaborar meu próprio feedback, mas sendo consciente que todos estamos desaproveitando uma ótima oportunidade de melhora.

Um comentário:

Anônimo disse...
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