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sábado, 23 de abril de 2011

TRADUÇÃO





O tradutor ranheta
18ABR



Tenho que reconhecer que os tradutores autônomos somos bastante ranhetas. Todos, em algum momento de nossa vida profissional, nos queixamos de que os clientes nos pagam pouco, de que tardam demasiado em pagar-nos ou temos que ir atrás deles para que nos paguem, de que temos demasiado trabalho e estamos agoniados, de que o que traduzimos nos aborrece, de que a profissão está muito mal, de que há muita intrusão, de que necessitamos um colégio de tradutores, de que é injusto pagar a parcela da Seguridade Social todos os meses embora não temos faturado nada…
Queixamo-nos de tudo isso e de muito mais, sem dar-nos conta de que a solução a muitos desses problemas está em nossas mãos.
Porque há clientes que nos pagam pouco?
Porque há clientes que se fazem os demorados na hora de pagar?
Porque nos vemos transbordados de trabalho?
Porque aceitamos trabalhos insofríveis que nos são desagradáveis?
A resposta é simples: porque os deixamos, o aceitamos e nos tragamos isso.
Ninguém mais que nós mesmos somos responsáveis dessas situações.
Tenho quase cientificamente comprovado que os tradutores autônomos que se queixam de que lhes pagam pouco, de que têm problemas com os pagamentos ou de que estão agoniados pela quantidade de trabalho ou o detestável deste possui uma ou várias das seguintes condições:
Não acreditam que seu trabalho seja uma atividade profissional séria, senão que o consideram um emprego passageiro ou secundário para obter uma grana extra ou ir tirando, enquanto procuram outro trabalho como empregados.
Se olham como assalariados em vez de como autônomos ou microempresários. Possuem uma mentalidade de empregado submetido a um chefe (o cliente) em vez duma mentalidade de trabalhador independente que presta um serviço a outro profissional, empresa ou particular, de igual para igual. Isto lhes induz a aceitar qualquer coisa que lhes caia encima, incluindo tarifas injustas, prazos de pago não razoáveis, condições de trabalhos inaceitáveis, trabalhos insuportáveis, etc., da mesma forma que um assalariado se vê obrigado a engolir tudo o que o chefe lhe imponha por medo a ser dispensado.
Não sabem negociar tarifas nem condições, o qual está estreitamente relacionado com o ponto anterior. Como não se consideram trabalhadores independentes, senão que possuem uma atitude de empregados assalariados, não se sentem capazes de estabelecer e «impor» ou negociar suas próprias tarifas, prazos de pago e condições de trabalho, senão que diretamente esperam que o cliente lhes diga quanto vai pagar, quando e como.
Como conseqüências do anterior não sabem dizer «não», em muitos casos por temor a perder o cliente. Não se dão conta de que, como trabalhadores autônomos, estão em condições de selecionar os trabalhos e os clientes que mais lhes interessem e não tem por que aceitar tudo o que os clientes queiram encarregar-lhes. Isto lhes leva a aceitar mais trabalho do que podem assumir em condições ótimas, a fazer-se cargo de projetos torturadores que supõem um claro problema ou a passar pelo aro das tarifas ridículas.
Não são conscientes de que a atividade do tradutor autônomo não se circunscreve à região onde este reside, senão que somos profissionais com uma projeção internacional. Como conseqüência, em vez de procurar clientes mais atrativos em outras regiões ou países, a miúdo com uma cultura empresarial diferente mais favorável, se limitam ao mercado local ou nacional, embora os clientes deste sejam medíocres.
Estão isolados dos demais profissionais do ramo. No se relacionam com outros tradutores, não pertencem a nenhuma associação, não estão subscritos a foros nem listas de distribuição, não lêem blogs. Em definitivo, não estão comunicados, só conhecem sua realidade pessoal e não tem nenhuma informação sobre o resto do mercado ou sobre outros profissionais.
Como conseqüências do anterior desconhecem que é possível ter outra atitude ante a profissão e que são possíveis outros modelos de negócio mais eficazes e bem sucedidos. De fato, nem sequer concebem a idéia de trocar ou inclusive de planificar sua vida profissional.
Como pode ver-se, a responsabilidade de todo o dito anteriormente recai unicamente no tradutor, e também é responsabilidade sua se esforçar para resolver esta situação. A solução é óbvia, embora não sempre é fácil pôr-la em prática: Faz falta uma troca de atitude.
Como bem diz o lema de meu blog, a tradução não é um passatempo, senão uma atividade profissional. Se nós mesmos não acreditamos que seja assim, é muito difícil que nossos clientes nos levem a sério.
• Os tradutores autônomos somos profissionais independentes, microempresários que podemos escolher os clientes e os trabalhos que mais nos interessem.
• Não temos porque aceitar todos os encargos e condições dos clientes.
• Como profissionais independentes que prestamos um serviço, somos nós os que devemos ficar e comunicar aos clientes nossas tarifas e condições de pagamento e de trabalho, e não ao invés. Embora, isto não impede negociar em caso necessário para chegar a um acordo satisfatório para ambas as partes.
• Devemos aprender a dizer «não»: não às tarifas insustentáveis, não aos prazos de pagamento inaceitáveis, não às condições de trabalho abusivas, não, aos projetos que nos desgostam e nos torturam, não, aos encargos que não podemos realizar em condições por falta de disponibilidade. Na maioria dos casos, rejeitar um projeto não supõe irremediavelmente perder ao cliente. Se for um cliente habitual que valoriza nosso trabalho, voltará. Se for um cliente novo quiçá o perderá, porém perder um cliente potencial que paga pouco, atrasado ou mal o que quer encaixar-nos um trabalho que não queremos ou não podemos fazer não supõe em realidade perder algo, senão todo o contrário:
• Supõe ganhar a oportunidade de estar disponível para outros possíveis clientes melhores.
• Há que assumir que nosso mercado de trabalho é o mundo inteiro, e que os bons clientes não têm porque estar (de fato, não costumam estar-lo) em nossa localidade ou país de residência. Com todas as tecnologias que existem hoje em dia, é crime que nós mesmos nos fechamos as portas buscando clientes somente no mercado local.
• É imprescindível, fundamental, irrenunciável, vital estar em contato com outros tradutores, participar em listas de distribuição, ler blogs, formar parte de alguma associação, etc. (como já comentei neste artigo). Só assim obteremos a informação necessária para desempenhar nosso trabalho com dignidade, para fixar umas tarifas e umas condições justas para todos; só assim descobriremos que há tradutores que não se queixam porque, com esforço, vontade, sorte e perspicácia têm conseguido alcançar o sucesso e viver bem deste trabalho. E se eles o tem conseguido, porque os demais não? Só faz falta trocar o chip, ser menos ranhetas e ter uma atitude positiva, porém, sobre tudo, ser conscientes de que é responsabilidade de cada um procurar sua própria sorte. Sim, é certo, às vezes não nos queda mais remédio que render-nos ante as condições adversas e indesejáveis para poder pagar as despesas, mas é importante ser consciente de que isso não é uma maldição que nos vem imposta, senão que aceitar ou não esse tipo de condições depende única e exclusivamente de nós.


Autora: Isabel García Cutillas
Mais informação em www.igcutillas.com.

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