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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

CONSTELACIONES FAMILIARES


A FAMILIA.
A família, o casal e os amigos são uma fonte de carinho e apoio, mas também de problemas. Para melhorar nossos vínculos afetivos temos de começar por cuidar nossa relação com nós mesmos.
"Interpretamos o que nos acontece de forma egocêntrica: queremos que a realidade se adapte a nossos desejos"
Por mais que nos tem feito acreditar, não somos meias laranja: somos laranja inteira.
Os demais não nos dão nem nos quitam nada. Nunca o tem feito. Só são espelhos do que temos e nos falta.
"O rancor é uma semente muito tóxica que desenvolve raízes em nosso interior, nos debilita e nos faz vulneráveis"
Não estamos sós. E embora queiramos, tampouco podemos estar-lo. Nossa existência se entre mistura constantemente com a vida de outras pessoas. Somos filhos. Irmãos. Pais. Vovôs. Amigos. Noivos. Esposos. Ex. Viúvos. Cunhados. Tios. Sobrinhos. Primos. Genros. Sogros. Companheiros. Chefes. Empregados... Desde que nascemos até que moremos, cada passo que damos e cada etapa que vivemos vêm acompanhados por uma série de rolos sociais, que às vezes são fonte de alegria e de tristeza, de confiança e de medo, de paz e de ira...
Das relações humanas surgem nossos momentos de maior felicidade e também nossos piores instantes de sofrimento. Em alguns casos estas experiências sucedem inclusive antes de poder estabelecer um vínculo afetivo. O grande paradoxo é que as pessoas que mais queremos são também aquelas com as que mais conflitos temos. Por isso muitos concluem que não podem viver com os demais, mas tampouco sem eles.
Frente a esta disjuntiva, os expertos em crescimento pessoal advogam por conceber nossa vida social como uma oportunidade de aprendizado. Sobre tudo para melhorar nossa competência na arte de estabelecer vínculos sadios e sustentáveis. Entre outros reconhecidos psicólogos, destaca o escritor Xavier Guix, quem defende o que "falando não se entendem as pessoas". A seu juízo, "a maioria dos conflitos humanos tem sua raiz na confusão, nos mal-entendidos lingüísticos e, sobre tudo, em nossa incapacidade para estabelecer relações reais, objetivas e profundas".
Não em vão, em toda comunicação humana existem três níveis: "Primeiro estão nossas motivações, é dizer, o que pretendemos conseguir ou aportar em nossa interação com os demais. Logo vem nossa maneira de expressar ditas intenções por meio da linguagem, a atitude e a conduta. E finalmente se encontra a interpretação subjetiva de nosso interlocutor", explica este experto. "Por mais que a este processo o chamemos comunicação, às vezes há um abismo entre as motivações do emissor e a interpretação final do receptor".
E não só isso. Em geral, "os seres humanos interpretamos o que nos acontece de forma egocêntrica: queremos que a realidade se adapte a nossos sonhos, necessidades e expectativas, o que condiciona e dificulta nossa inter-relação com outras pessoas", agrega Guix, autor de “Pensar não é de graça. Crenças, comunicação e relações”. Assim, "os problemas aparecem quando os demais não cumprem com o que esperamos deles, quando fazem ou dizem coisas com as que não estamos de acordo ou quando se interpõem em nosso caminho para conseguir o que desejamos". E conclui: "Por mais que costumamos buscar-la fora, a raiz de nossos conflitos relacionais está em nosso interior".
A sombra do "pai e mãe" costuma ser mais alargada do que nos gostaria. E é curioso, porque ninguém põe em dúvida que nossos pais (e mães) são das pessoas que mais nos vão a querer ao longo de nossa vida. Sem embargo, suas boas intenções algumas vezes têm um efeito nocivo na construção de nossa identidade e nosso estilo de vida.
Assim, o condicionamento recebido durante nossa infância nos deixa uma pegada difícil de apagar. "O legado emocional de nossos pais é como una mochila que carregamos a nossas costas, repleta de crenças, normas e valores que nos dizem quem temos de ser e de que maneira temos de viver", afirma o diretor do Instituto Gestalt, Joan Garriga, experto em constelações familiares.
E esta é a essência da grande maioria de conflitos existentes no seio das famílias. "Alguns pais fazem com seus filhos exatamente o que lhes fizeram a eles quando eram crianças: inculcar-lhes uma maneira determinada de ver e compreender o mundo, obstaculizando o descobrimento de si mesmos e da vida", afirma Garriga. Isso sim, se há de ter muito em conta que "ninguém nos há ensinado a ser pais, sem dúvida alguma a profissão mais exigente de todas".
Seja como for, "ao entrar na idade adulta muitos filhos culpam a seus progenitores por suas carências afetivas, suas inseguranças e incluso pela raiva que experimentam ao ver como o conflito e a insatisfação seguem protagonizando suas relações mais íntimas", diz Garriga, autor de Onde estão as moedas? O conto de nossos pais. Embora seja muito mais fácil e cômodo sinalar a nossos progenitores como os culpados de nossa infelicidade, "cedo ou tarde chega um dia em que não nos queda mais remédio que responsabilizar-nos de nosso destino".
Sem dúvida alguma, "esta é a verdadeira emancipação, que costuma vir acompanhada duma das maiores crises existenciais que sofremos ao longo de nossa vida: aceitar que, mais além de nosso passado, nosso único problema neste preciso momento somos nós mesmos".
"O que nos cura é que possamos abraçar em nosso coração os nossos pais e não tanto que sejamos abraçados por eles", conclui Garriga.
"O amor enche de felicidade ao que ama e não tanto ao amado"
“Estou comprometido a ensinar e compartir com os demais o imenso poder que reside em nosso interior. O grande desafio é deixar de viver de forma inconsciente, aprendendo de tudo o que nos depara a existência".
Tanto se apreendemos de nossos pais como se não, o seguinte grande mestre que aparece em nossa vida vem baixo o nome de "casal". Nenhuma outra relação pode proporcionar-nos uma maior estabilidade emocional que a de nosso companheiro (ou companheira) sentimental. Sem embargo, as consultas de psicólogos e terapeutas estão lotadas de pacientes que tem convertido estes vínculos afetivos numa adição muito difícil de lidar e muito mais de superar. De fato, algumas pessoas temem se enamorar e comprometer-se por medo de voltar ao inferno que supõe separar-se do ser querido.
Por mais romântico que possa parecer-nos, "o sofrimento derivado de qualquer relação amorosa tão só põe de manifesto que temos encerrado nosso amor na invisível cárcere da dependência", afirma o psicólogo clínico, Walter Riso, autor de “Amar ou depender? Como superar o apego afetivo e fazer do amor uma experiência plena e saudável”.
Na opinião deste experto, "depender da pessoa que se ama é uma maneira de se enterrar em vida, um ato de automutilação psicológica onde o amor próprio, o auto-respeito e a essência dum mesmo são oferendados e regalados irracionalmente". Não em vão, atrás desta dependência se esconde um dos vírus mais letais que atenta contra nossa saúde emocional: o apego.
Popularmente se considera sinônimo de "afeito, carinho ou estimação". De fato, há quem diz que o apego é "natural" e "sadio", pois é uma mostra do "amor" que sentimos pela pessoa à que vivemos apegados. E incluso alguns afirmam com certo orgulho que "quanto mais apego se tem, mais se ama". Porém nada mais afastado da realidade. "Quando nos apegamos a nosso casal acreditamos inconscientemente que sem ela não podemos ser felizes, destruindo qualquer possibilidade de amar-la", afirma Riso.
Baixo o feitiço desta falsa crença, "nasce em nosso interior à obsessão de ter-la, de garantir que esteja sempre a nosso lado", agrega este experto. "E o medo a perder-la nos leva a tomar atitudes defensivas e condutas preventivas". É então quando aparecem os ciúmes, "um sintoma que revela que vemos a nosso casal como algo que nos pertence".
Pelo caminho terminamos perdendo a nós mesmos. Daí que as rupturas sentimentais suponham uma das experiências mais traumáticas, porém às vezes mais transformadora da nossa vida. "De novo a sós, cara a cara com nós mesmos, podemos tomar consciência de que nossa felicidade, antes de ser compartilhada, deve existir primeiro dentro de nós mesmos", conclui Riso. Por mais que nos tem feito acreditar, não somos meias laranja: somos laranja inteira. Ao menos assim podemos sentir-nos quando amamos a nós mesmos.
"O que procurava nos demais era o que não me dava a mim mesmo"
“Aprendi uma grande lição: se minha auto-estima a deixo em mãos dos demais, do que não depende de mim, estou perdido.”
Depois de nossos pais e do casal, outro dos vínculos afetivos mais importantes é o formado por nosso círculo mais íntimo de amigos. A todos nos gosta sentir que pertencemos a um grupo humano. Saber que podemos contar com outras pessoas nos dá segurança. Seu apoio nos ajuda em nossa tomada de decisões. Ademais parece que as tristezas se diluem quando se compartilham, em tanto que as alegrias se multiplicam.
Para alguns, os amigos são aquelas poucas pessoas que verdadeiramente nos compreendem e aceitam tal como somos. E incluso há quem afirma que, ao ser escolhidos de forma voluntária e consciente, constituem uma espécie de segunda família. Sem embargo, etiquetar alguém como nosso "amigo" também pode trazer acarretados diferentes conflitos. Ao começar a ter expectativas, em ocasiões podemos coletar grandes decepções e frustrações, até o ponto de poder converter-nos em "inimigos". Não em vão, só chegamos a odiar aquilo que temos amado.
Mas, então, que podemos fazer para viver em paz com os demais? A resposta parece estar mais a nosso alcance do que pensamos: se encontra dentro de nós mesmos. Ainda nos custa reconhecer-lo, "a única relação real e verdadeira é a que mantemos com nós mesmos, pois ninguém mais pode conhecer nossas motivações mais profundas". Assim de contundente é o sábio indiano Jiddu Krishnamurti (1895-1986), um dos filósofos contemporâneos mais reconhecidos e admirados hoje.
Para Krishnamurti, todos nossos vínculos afetivos "são um reflexo da relação que mantemos com nós mesmos". E agrega: "Cada um de nós somos a única causa de nosso bem-estar e de nosso mal-estar". Assim, os demais não nos dão nem nos quitam nada. E nunca o tem feito. Tão só são espelhos que nos mostram o que temos e o que nos falta.
De fato, "não vemos aos demais como em realidade são, senão como nós somos", um fenômeno que os psicólogos denominam "projeção".
Para Krishnamurti, esta toma de consciência "é o principio que nos conduz à sabedoria".
Em sua obra mestra, A liberdade primeira e última, se desprende que "nossa felicidade, nossa paz e nossa capacidade de servir e de amar aos demais são fortalezas que emergem de nosso interior quando nos liberamos da escravidão da mente". É dizer, "quando pomos fim à ignorância de não saber quem somos e à inconsciência de não querer sabê-lo". Daí que "nossas relações constituam uma maravilhosa forma de conhecer a nós mesmos".
Embora possa parecer o mesmo, existe uma grande diferença entre existir e estar vivo. “A vida tem que ser vivida”.
De todas as experiências de aprendizagem, superação e fortalecimento associadas com nossas relações humanas, o falecimento dum ser querido é sem dúvida a mais difícil e dura de afrontar. Dado que a morte continua sendo um tabu em nossa sociedade, sua aparição em nossa vida nos costuma pegar desprevenidos.
Embora cada processo de duelo é diferente, a reconhecida psiquiatra suíço-estadunidense Elisabeth Kübler-Ross (1924-2004), autora de A morte: um amanhecer estabeleceu cinco fases que atravessamos ao sofrer uma perda:
1. Negação: negamos o que nos há acontecido, pois não somos capazes de assumir as conseqüências que implica a morte do ser querido.
2. Ira: adotamos o rol de vítima, sentindo ansiedade, irritação e enfado, e buscando culpados com quem canalizar nosso mal-estar.
3. Luta: tentamos cambiar o que há sucedido, negociando com os demais e incluso com a vida a possibilidade de recuperar ao ser querido.
4. Tristeza: ao começar a reconhecer a realidade da situação, nos sentimos desanimados, frustrados e derrotados, o que pode mergulhar-nos na depressão.
5. Aceitação: finalmente assumimos e aceitamos a perda, recuperando a normalidade de nossa vida, porém com um novo nível de compreensão, madures e consciência.
Condecorada com 23 doutorados honoris causa, Kübler-Ross verificou que "quando as pessoas superam este processo, apreendendo do que lhes há sucedido, descobrem sua espiritualidade, que não é mais que recuperar os valores essenciais que nos permitem levar uma vida mais plena e com sentido". Daí que "não devamos lutar contra o dor, pois sua função consiste em quebrar a carcaça da ignorância que nos separa da compreensão, entrando em contacto com nosso ser mais profundo".
O verdadeiro caminho é chegar a se conhecer a si mesmo. É o grande reto e a tarefa mais difícil. Sei que por aí posso converter me numa pessoa melhor, mais madura, que possa aportar felicidade e amor a quem me rodeiam.
Chegados a este ponto, concluímos que na vida não sempre acontecem às coisas que nos gostaria que passassem. A raiz destes desencontros com a realidade, o medo, a ira e a tristeza costumam envenenar nossa mente e nosso coração mediante pensamentos e sentimentos negativos, afastando-nos do equilíbrio e bem-estar com o que conectamos quando aprendemos a fluir com o que nos acontece. Ademais, "quando culpamos aos demais ou ao destino daquilo que nos há sucedido, nos convertemos em vítimas do rancor", afirma à psicóloga Carmina Martorell, especializada em terapia familiar.
Mas em que consiste exatamente? "O rancor é uma semente muito tóxica que vai criando raízes em nosso interior através do pensamento obsessivo e vitimista, debilitando nosso sistema imunológico e voltando-nos ainda mais vulneráveis frente a nossas circunstâncias". Ademais, "ao culpar a outro de nosso mal-estar pode surgir o impulso de querer castigar-lo, um afã de vingança que consideramos justificado e que acreditamos que porá fim a nossa inquietação".
O paradoxo deste processo é que "o mais danificado por nosso rancor, ressentimento e ódio não é o objeto ao que se dirigem – nosso suposto agressor-, senão o sujeito que os emite, é dizer, nós mesmos". Finalmente, "ao estar saturados por nosso próprio veneno, começamos a dar-nos conta de que o rancor é totalmente inútil para fazer frente aos reveses que nos dá a vida", sinala esta experta.
Martorell costuma explicar a seus pacientes que "todos os seres humanos o fazemos o melhor que podemos e estamos em nosso direito de cometer erros para aprender e evoluir". Embora às vezes nos aconteçam incidentes dolorosos, "os fatos não são os responsáveis de nosso mal-estar, senão a interpretação e a atitude que tomamos frente a eles". E agrega: "Ninguém pode ferir-nos emocionalmente sem nosso consentimento".
Para evitar as emoções negativas desde o início, "podemos aprender a aceitar as coisas tal como nos vêm, e aos demais, tal como são". Aceitar não quer dizer estar de acordo com o que há passado ou se há dito de nós. Nem sequer tolerar-lo ou resignar-se. "Aceitar significa não reagir mecânica e impulsivamente, o que nos permite tomar a melhor atitude e conduta em cada momento e frente a qualquer pessoa", conclui esta terapeuta.
Ninguém diz que viver seja um assunto fácil. E muito menos quando a vida consiste em relacionar-se com os demais diariamente. Dado que não podemos cambiar o que nos há acontecido, se temos a opção de modificar nossa atitude, de reinterpretar certos acontecimentos adversos e dolorosos duma forma mais sábia e objetiva, deixando em nosso coração um pouco de paz.
Ver nossos conflitos relacionais como uma oportunidade de crescimento e aprendizado é uma questão de treinamento e compromisso. E de cambiar o foco de atenção, deixando de sinalar aos demais para começar a olhar à si mesmo. Tal como diz o sábio Darío Lostado: "Se não te conheces , quem te conhecerá? Se não te conheces , a quem conhecerás? Se não te aceitas , quem te aceitará? Se não te aceitas , a quem aceitarás? Se não te amas , quem te amará? Se não te amas , a quem amarás?"

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