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sexta-feira, 26 de junho de 2009

A PALAVRINHA...


SERENDIPIA

Etimologia e historia

O termo serendipía deriva do inglês serendipity, neologismo acunhado por Horace Walpole em 1754 a partir de um conto persa do século XVIII chamado «Os três príncipes de Serendip», no que os protagonistas, príncipes da ilha Serendip (que era o nome árabe da ilha de Ceilão, atual Sri Lanka), solucionavam seus problemas através de incríveis casualidades.

A palavra serendipia se usou muito em suas origens, mas foi caindo em desuso. Tem sido resgatada recentemente graças ao renovado interesse neste tipo de assuntos e outros motivos culturais (há um filme do ano 2001 dirigido por Peter Chelsom e protagonizado por John Cusack y Kate Beckinsale).

O termo chiripa, muito mais utilizado em linguagem coloquial, poderia considerar-se também como um sinônimo de serendipia, se bem que se tem como um modismo de uso não geral no mundo hispâno-falante, se usa com uma conotação má bem festiva e se refere comumente a casualidades ou eventos fortuitos na vida cotidiana, inclusive a fatos sem importância.

Também se fala às vezes das pseudo-serendipias, nas quais o investigador traz haver investigado muito sobre algo sem obter resultados, consegue finalmente seu objetivo, porém a causa de um acidente fortuito ou uma revelação. Isto acontece nos episódios da serie de TV. House M.D., onde Gregory House acaba resolvendo muitos dos casos por una revelação depois de muito investigar.

Que têm em comum a penicilina, a dinamite e os manuscritos do Mar Morto?

A palavra "serendipia" Tem sido redescoberta faz pouco e se utiliza cada vez mais. A partir de 1974 começou a aparecer em dicionários conhecidos do idioma inglês. O editor espanhol de "serendipia" há acreditado conveniente a criação de um neologismo para designar em castelhano este conceito, amplamente difundido na literatura científica contemporânea, que inclui todos os descobrimentos realizados por casualidade.

Uma maçã que cai ao solo aos pés de Newton lhe da à primeira idéia da lei da gravitação universal; Wehler produz uréia em lugar de ácido amônico; um soldado francês do exército de Napoleão acha uma pedra com uma inscrição estranha quando concertava um forte cerca da população de Roseta, e estas palavras proporcionam a chave da história do antigo Egito; um rapaz palestino lança uma pedra a una cova obscura, escuta um som inesperado e da com os manuscritos do Mar Morto; Pasteur obtém cristais de uma forma única devido a que a temperatura no marco da janela estava por baixo de 26°C; a resistência de uma mulher ordenhadoura a uma espantosa enfermidade é advertida por um médico rural e Jenner descobre a vacina; uma espora cai numa placa de Fleming e isto abre a era dos antibióticos.

A penicilina, as sulfamidas, as cefalosporinas e as ciclosporinas foram descobertas por acidente. Muitos fármacos hão sido encontrados por meio da serendipia. Um fármaco utilizado com um propósito se há encontrado a miúdo efetivo para outro completamente distinto e, às vezes, mais importante. A aspirina foi preparada pela primeira vez para usar-la como um anticéptico interno. Não resultou efetiva, porém em troca se encontrou que era um valioso analgésico e um fármaco antipirético (que baixa a febre) e atualmente é recomendada para prevenir os ataques ao coração. Desde sua entrada no mercado farmacêutico, na década de 1890 (a casa Bayer celebrou seu centenário), as pessoas tem usado a aspirina mais que qualquer outro medicamento.

Há outros muitos casos mais. Uma tela fluorescente reluz na obscuridade e uns cristais fosforescentes expõem uma placa fotográfica envolta em papel preto; um corte acidental num dedo leva a Alfred Nobel a descobrir a gelatina explosiva.

Que têm em comum a penicilina, a dinamite e os manuscritos do Mar Morto?

A serendipia é dizer, todas estas cosas, e outras muitas mais na história da ciência e da tecnologia, que fazem nossa vida mais conveniente, prazenteira, saudável e interessante, e que foram descobertas por acidente.

A PSEUDOSERENDIPIA:

Até que a Real Academia não diga outra coisa, utilizamos o termo serendipia (correspondente ao inglês "serendipity"), acunhado por Horace Walpole em 1754 . Walpole usou o termo para referir-se a alguns de seus próprios descobrimentos acidentais.

Roberts fala de pseudo-serendipia nos casos de descobrimentos acidentais que logram rematar uma busca, em contraste com a serendipia, que se refere a descobrimentos acidentais de coisas não buscadas.

Charles Goodyear, por exemplo, descobriu o processo de vulcanização da borracha quando -por acidente- deixou um naco de borracha misturado com enxofre sobre uma estufa quente. Durante muitos anos, Goodyear havia estado obcecado por achar uma maneira útil de fazer a borracha. Devido a que foi uma casualidade o que levou o processo ao sucesso, Roberts fala de um descobrimento "pseudoserendípico".

Em contraste, George de Mestral não tinha intenção de inventar um zíper (velcro) quando tentava averiguar por que algo se colava a sua roupa. E com Friedel e Crafts, um acidente de laboratório deu origem à nova química industrial. Mary Leakey, esposa de um arqueólogo e mãe de outro, falou uma vez: "Em arqueologia nunca achareis o que vais buscando".

Até as bombas ajudaram. Ao fim da II Guerra Mundial, amplas zonas de algumas das maiores cidades européias -entre elas Londres, Berlin, Rotterdam e Hamburgo- ficaram em ruínas pelas explosões. Mas proporcionou uma ocasião única aos arqueólogos. Em Londres, por exemplo, buscando explosivos se encontrou um templo romano dedicado a Mitra.

Qualquer destes acidentes podia haver passado inadvertido, porém graças à sagacidade das pessoas que se encontraram com eles, temos hoje explicações de leis que governam o movimento dos planetas; o fundamento da química orgânica sob uma base racional; o começo do entendimento da relação da estrutura molecular com a atividade fisiológica; uns belíssimos corantes que qualquer, e não só os afortunados, podem permitir-se; um aprofundado na cultura e a linguajem das civilizações antigas; os raios X para o diagnóstico e o tratamento médico; a vacina contra a varíola e outras enfermidades, etc.

Porém tudo isto com uma condição, expressada já por Pasteur: "Nos campos da observação, a fortuna favorece só à mente preparada". Qualquer destes acidentes poderia haver passado inadvertido, mas, graças à sagacidade daqueles que toparam com eles, a humanidade conta, ademais daqueles já enumerados, com o fármaco "milagroso" da penicilina e seus sucessores; os polímeros e outras muitas conquistas que cambiaram nossa vida.

Alguns destes descobrimentos se fizeram faz séculos; outros, recentemente. No século XX, nosso conhecimento da ciência e a tecnologia hão crescido em proporções fantásticas. Não sabemos que vai deparar o futuro, porém estamos seguros de que os "acidentes" seguiram produzindo-se e que, com as mentes humanas melhor preparadas que antes, poderemos esperar, graças à serendipia, que estes "acidentes" se convertam em descobrimentos, mais transcendentes ainda do que imaginamos.

Uma serendipia é um descobrimento científico afortunado e inesperado que se há realizado acidentalmente. Pode-se denominar assim também à casualidade, coincidência ou acidente.

Na história da ciência são freqüentes as serendipias. Por exemplo, Albert Einstein reconhece esta qualidade em alguns de seus achados. Também existem casos de serendipias em obras literárias, quando um autor escreve sobre algo que imaginou e que não se conhece em sua época, e se demonstra posteriormente que isso existe tão como o definiu o escritor, com os mesmos detalhes. Não se deve confundir com a antecipação ou ciência-ficção, onde se adiantam inventos muito mais genéricos que quase todo o mundo acredita que provavelmente existirá algum dia.

Exemplo de serendipias cientifica e tecnológicas.

Se bem existem várias teorias acerca da origem do doce de leite, a mais popular e amplamente difundida é que foi produto do esquecimento de uma criada, ao deixar no fogo a leite com açúcar (preparação conhecida na época como "leitada").

Segundo Umberto Eco, o mesmo Descobrimento de América (a "genialidade" de Colombo) seria uma serendipia).

Os meados do século XIX, se tentaram procurar um material para substituir o marfim das bolas de bilhar. Em 1870, John Wesley Hyatt, um inventor de Nova Jersey, estava prensando uma mistura de farinha de madeira e papel com cola, porque acreditava que assim conseguiria o novo material. Mas se feriu um dedo, e foi ao seu armário de remédios. Sem querer, derramou um frasco de colodión (nitrato de celulosa dissolvido em éter e álcool). Isto provocou que ficara em sua prateleira uma capa de nitro celulosa. Ao ver, Hyatt se deu conta de que este composto ligaria melhor sua mistura de serragem e papel, em lugar da cola. Deste modo se inventou o celulóide.

Em 1922, Alexander Fleming estava analisando um cultivo de bactérias, quando derramou acidentalmente uma lágrima sobre o prato que a continha. No dia seguinte descobriu que onde havia caído a lágrima havia um oco, o qual fez suspeitar que as lágrimas pudessem ter alguma propriedade, e de fato conseguiu extrair uma enzima que eliminava as bactérias sem danar o tecido humano. Havia descoberto sem querer a lisozima, um antibiótico que matava bactérias, porém não os glóbulos brancos (que é o que fazia o fenol usado até essa época).

Friedrich Kekulé, químico, levava muito tempo tentando encontrar a fugidia estrutura da molécula de benzeno. Simplesmente, não se conhecia uma estrutura de seis carbonos que tivesse as propriedades químicas que exibia. Segundo conta ele mesmo em suas memórias, uma tarde, quando voltava à casa em ônibus, se quedou dormido. Começou a sonhar com átomos que dançavam e batiam entre eles. Vários átomos se uniram, formando uma serpente que fazia esses. De repente, a serpente se mordeu o rabo e Kekulé despertou. A ninguém se lhe havia ocorrido até esse momento que pudesse tratar-se de um composto cíclico.

As famosíssimas notas Post-it surgiram traz um esquecimento de um funcionário, que não agregou um componente de uma cola na fábrica de 3M. Toda a partida de adesivo se afastou e guardou, pois era demasiado valioso como para jogar-lo fora apesar de apenas ter poder adesivo. Um dos engenheiros da empresa, homem devoto, estava farto de meter folinhas em seu livro de salmos para marcar as canções quando estava no culto. As folinhas não faziam mais que cair-se. Pensou que seria ideal ter folhas com um pouco de adesivo que não fora demasiado forte e que resistira ser colado e descolado muitas vezes. A velha partida de adesivo malogrado acudiu a sua mente. Haviam nascido as notas Post-it.

Niels Bohr levava muito tempo trabalhando na configuração do átomo. Teve um sonho no qual viu um possível modelo de dita configuração, e ao acordar, o desenhou num papel, sem dar muita importância. Pouco tempo depois, voltou a esse papel e se deu conta de que realmente havia achado a estrutura do átomo.

O Princípio de Arquimedes foi descoberto ao introduzir-se numa banheira e observar como seu corpo movimentava uma massa de água equivalente ao volumem submergido. Saiu desnudo à rua gritando a famosa palavra: eureca!.

O Dr Albert Hofmann descobriu acidentalmente uma das drogas alucinógenas mais poderosas, o LSD (ácido lisérgico dietilamida). Segundo relata em seu livro "My Problem Child" (Meu pequeno problema), no curso de sua investigação de os derivados do ácido lisérgico obteve o LSD-25, o qual se demonstrou como pouco interessante desde o ponto de vista farmacológico, pelo que se deixou de investigar sobre ele. Só cinco anos mais tarde, e devido a que, sem motivo aparente, não podia olvidar-se daquela sustância, voltou a sintetizar-la para uma ulterior investigação, o que era muito excepcional ao haver sido já inicialmente descartada. Quando procedia a sua cristalização se sentiu afetado por uma mistura de excitação e mareio, vendo-se forçado a abandonar o trabalho no laboratório. Provavelmente, apesar de suas precauções, uma mínima quantidade de LSD tocou a ponta de seus dedos e foi absorvida por sua pele. Já em sua casa, desperto, mas num estado de ilusão, percebeu uma série interminável de fantásticas imagens com intensos e caleidoscópicos jogos de formas e cores, que não se desvaneceu até passadas umas duas horas.

Politetrafluoretileno (Ou mais conhecido por seu nome comercial Teflon ®). Foi em 1938, quando o Dr Roy J. Plunkett trabalhava no desenvolvimento de sustâncias refrigerantes e devido a um mau funcionamento durante seus experimentos realizou o achado.

Serendipias literarias

Jonathan Swift descreveu dos supostos satélites naturais de Marte em seu livro As viagens de Gulliver, de 1726. Voltaire também mencionou num relato fantástico de 1752 que Marte possuía duas luas. O descobrimento dos dois satélites marcianos, Fobos e Deimos, não aconteceram até 1877.

Em As aventuras de Arthur Gordon Pym, escrito por Edgar Allan Poe em 1850, se conta a história de um naufrágio cerca das ilhas Malvinas do qual quedam quatro sobreviventes numa balsa. Forçados pela fome sorteiam entre eles a quem vão matar para comer-lo e perde um grumete chamado Richard Parker. Em 1884, um navio britânico naufragou cerca das ilhas Sandwich. Quedaram quatro sobreviventes e jogaram a sortes a quem deviam matar para comer-lo e sobreviver. A sorte decidiu que o desafortunado fora um grumete chamado Richard Parker.

No livro Futilithy, se narra como um barco chamado Titão naufraga. Dito livro foi escrito em 1898, 14 anos antes do naufrágio do Titanic, e as coincidências são assombrosas. De entrada, o nome dos barcos, o fato de afundarem ambos em sua viagem inaugural. Suas dimensões similares (75000 toneladas e 66000, 243 m de eslora e 268) e o sobrenome do capitão em ambos dos casos (Smith).

O livro As musas de Rorschach, publicado por Editorial Buscarini em 2008, é fruto de um conjunto de casualidades necessárias. Os três relatos abordam o tema da musa e o duble, porém foram escritos em tempo e forma diversas, sem que os autores se conhecessem.

No livro "Sofiex", a protagonista descobre a técnica do tomate liofilizado algo que só se conheceria 80 anos depois.

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