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terça-feira, 22 de setembro de 2009

ImportaRSE - Florianópolis

América Latina não deve "pagar" o preço de combater o câmbio climático

Autor: Joaquim Utset

América Latina não deve "pagar" o preço dos sacrifícios necessários para combater o câmbio climático, um problema que não tem contribuído a criar e que é responsabilidade das economias ricas, diz hoje a Secretaria Geral da Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena.

A responsável do organismo regional lembrou que os países latino-americanos são responsáveis de menos dos 6 por cento das emissões dos gases que causam o aquecimento global, apesar de ter um maior papel no aumento do desmatamento do planeta.

"A questão é quem vai pagar os maiores custos, e não devem ser os países em vias de desenvolvimento, senão que deve haver equidade. Os países desenvolvidos têm o compromisso de ajudar aos que estão em vias de desenvolvimento para levar-los a economias mais baixas em produção de carbono", afirmou Bárcena em declarações a Efe.

A região terá um papel de destaque na cume que se celebra hoje na sede das Nações Unidas para impulsionar as negociações dum novo acordo que substituía ao Protocolo de Kioto quando vença em 2012.

O presidente de Costa Rica, Oscar Arias, está entre o punhado de mandatários que tomarão a palavra durante a cerimônia inaugural do encontro, em tanto que México, Chile e Brasil co-presidirão três das oito mesas redondas nas que posteriormente se dividirão a centena de líderes que assistem ao encontro.

Bárcena assinalou que a região tem assumido um papel central nas negociações que deveriam culminar com a firma dum acordo em dezembro, durante a conferencia sobre cambio climático que a ONU celebrará em Copenhague.

Nesse sentido, destacou que os membros da região subscrevem ao principio de que os países que mais devem sacrificar-se são os mais desenvolvidos, responsáveis da imensa maioria das emissões que provocam o efeito estufa.

Economias emergentes como a de China e Índia consideram injusto adotar reduções de emissões que ponham em perigo seu crescimento econômico.

Por sua parte, Washington se resiste a firmar um compromisso se as economias de países em desenvolvimento que pronto superarão a Ocidente na quantidade de emissões absolutas não acedem a recortes específicos.

"Na América Latina existe o consenso de respeitar o conceito de responsabilidades comuns, mas diferenciadas, que se refere a essa divida histórica dos países desenvolvidos, que cresceram sem nenhum tipo de limitações, como as que agora se trata de impor", sinalou a responsável da Cepal.

Esse é a mensagem que trasladarão no cume de hoje líderes latino-americanos como o presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, quem tem previsto pedir aos países ricos que transfiram suas tecnologias aos pobres "para aliar a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico".

México também se tem feito eco dessa mesma petição, pelo que tem proposto a criação dum "fundo verde" financiado em dois terços pelos países desenvolvidos e num terço pelas economias emergentes.

Pese a que ninguém espera que América Latina aumente sua escassa contribuição ao aquecimento global, os países da região também são conscientes de que a economia do futuro girará cada vez mais arredor das energias renováveis e irá perdendo sua dependência dos hidrocarbonetos, segundo a Cepal.

Com a tecnologia adequada, a região tem a capacidade de reduzir até um 30% seu atual consumo de energias ligadas ao dióxido de carbono, o que se traduziria numa poupança anual de milhes de milhões de dólares.

Mas estes projetos de poupança energética deveriam sufragar se com "fundos vindos de fora ou financiamento privado" que aproveite os enormes recursos naturais da região, destacou Bárcena.

"Somos uma região que mais que criar problemas, poderá solucionar-los. Esse é o fundo da questão", agregou a Diretora Executiva da Cepal, que tem previsto apresentar um relatório sobre esta matéria em vésperas da conferencia de Copenhague.

Segundo a ONU, os países ricos deveriam investir anualmente entre 500.000 e 600.000 milhões de dólares durante uma década para que os países em desenvolvimento possam abandonar o petróleo e o carvão em favor das energias renováveis.

Bárcena também ressaltou que outro frente importante para a região neste cume, e particularmente para o Caribe, é a criação dum fundo para financiar projetos de mitigação e adaptação aos efeitos do câmbio climático.

A região caribenha é particularmente vulnerável a fenômenos meteorológicos como as furações, possuidoras duma capacidade destrutiva que ao parecer aumenta pelo aquecimento global.

"Os mais afetados são os países mais pobres, menores e com economias mais difíceis", ressaltou a responsável de Cepal.

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