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quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A CRISE ECONÔMICA E O AQUECIMENTO GLOBAL


Uma causa justa que defender e a esperança de seguir adiante”

Escrito por Rafael Calcines Armas

13 de agosto de 2009

O líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, afirmou que o atual Presidente de Estados Unidos se empenha em demonstrar que a crise vai cedendo como fruto de seus esforços para enfrentar o grave problema que Estados Unidos e o mundo herdaram de seu predecessor.

Num artigo intitulado “Uma causa justa que defender e a esperança de seguir adiante”, divulgado pela publicação digital Cuba debate, expressa que "alguns falam de que a crise econômica é o fim do imperialismo; quiçá haveria que prantear-se se não significa algo pior para nossa espécie".

Fidel Castro analisa os efeitos da crise econômica mundial e dos processos de câmbio climático que afetam ao planeta e conclui que "o melhor sempre será ter uma causa justa que defender e a esperança de seguir adiante".

Prensa Latina transmite a continuação o texto do artigo:

Durante as últimas semanas, o atual Presidente dos Estados Unidos se empenha em demonstrar que a crise vai cedendo como fruto de seus esforços para enfrentar o grave problema que Estados Unidos e o mundo herdaram de seu predecessor.

Quase todos os economistas fazem referencia à crise econômica que se iniciou em outubro de 1929. A anterior havia sido ao final do Século XIX. A tendência bastante generalizada nos políticos norte-americanos é a de acreditar que tão pronto os bancos disponham de suficientes dólares para engraxar a maquinaria do aparelho produtivo, todo marchará rumo a um idílico e jamais sonhado mundo.

As diferenças entre a chamada crise econômica dos anos 30 e a atual são muitas, mas me limitarei só a uma das mais importantes.

Desde finais da Primeira Guerra Mundial o dólar, baseado no padrão ouro, substituiu à libra esterlina inglesa devido as imensas somas de ouro que Inglaterra gastou na contenda. A grande crise econômica se produz nos Estados Unidos apenas 12 anos depois daquela guerra.

Franklin D. Roosevelt, do Partido Democrata, venceu em boa medida ajudado pela crise, como Obama na crise atual. Seguindo a teoria de Keynes, aquele injetou dinheiro na circulação, construiu obras públicas como carreteiras, diques, e outras de inquestionável beneficio, o que incrementou o gasto, a demanda de produtos, o emprego e o PIB durante anos, porém não obteve os fundos imprimindo bilhetes. Os obtinha com impostos e com parte do dinheiro depositado nos bancos. Vendia bônus dos Estados Unidos com interesse garantido, que os faziam atrativos para os compradores.

O ouro, cujo preço em 1929 estava a 20 dólares a onça troy, Roosevelt o elevou a 35 como garantia interna dos bilhetes dos Estados Unidos.

Sobre a base dessa garantia em ouro físico, surgiu o Acordo de Bretton Woods em julho de 1944, que outorgou ao poderoso país o privilégio de imprimir divisas convertíveis quando o resto do mundo estava arruinado. Estados Unidos possuía mais dos 80% do ouro do mundo.

Não necessito lembrar o que viu depois, desde as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, - que acaba de cumprir-se 64 anos do genocídio-, até o golpe de Estado em Honduras e as sete bases militares que o governo dos Estados Unidos se propõe instalarem em Colômbia. O real é que em 1971, baixo a administração de Nixon, o padrão ouro foi suprimido e a impressão ilimitada de dólares se converteu na maior estafa da humanidade. Em virtude do privilégio de Bretton Woods, Estados Unidos, ao suprimir unilateralmente a convertibilidade, paga com papeis os bens e serviços que adquire no mundo. É certo que a cambio de dólares também oferece bens e serviços, mas também o é que desde a supressão do padrão ouro, o bilhete desse país, que se cotizava a 35 dólares a onça troy, há perdido quase 30 vezes seu valor e 48 vezes o que tinha em 1929. O resto do mundo tem sofrido as perdas, seus recursos naturais e seu dinheiro costearam o rearme e sufragado em grande parte as guerras do império. Baste sinalar que a quantidade de bônus subministrados a outros países, segundo cálculos conservadores, supera a cifra de três milhões de milhões de dólares, e a divida pública, que segue crescendo, sobre passa a cifra de 11 milhões de milhões.

O império e seus aliados capitalistas, à vez que competem entre si, hão feito acreditar que as medidas anti crise constituem as fórmulas salvadoras. Mas Europa, Rússia, Japão, Coréia, China e Índia não coletam fundos vendendo bônus do Tesouro nem imprimindo bilhetes, senão aplicando outras fórmulas para defender suas moedas e seus mercados, às vezes com grande austeridade de sua população. A imensa maioria dos países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina é a que paga os pratos quebrados, subministrando recursos naturais não renováveis, suor e vidas.

O TLCAN é o mais claro exemplo do que pode ocorrer com um país em desenvolvimento nas fauces do lobo: nem soluções para os imigrantes nos Estados Unidos, nem permissão para viajar sem visto ao Canadá conseguiu obter México no último Cume.

Adquire, sem embargo, plena vigência baixo a crise o maior TLC a nível mundial: a Organização Mundial do Comercio, que cresceu baixo as notas triunfantes do neoliberalismo, em pleno apogeu das finanças mundiais e os sonhos idílicos.

Por outro lado, a BBC Mundo informou ontem, 11 de agosto, que mil funcionários de Nações Unidas, reunidos em Bonn, Alemanha, declararam que buscam o caminho para um acordo sobre o câmbio climático em dezembro deste ano, mas que o tempo se estava acabando.

Ivo de Boer, o funcionário de maior autoridade das Nações Unidas sobre o Câmbio Climático, diz que só faltavam 119 dias para o Cume e temos "uma enorme quantidade de interesses divergentes, escasso tempo de discussão, um documento complicado sobre a mesa (duzentas páginas) e problemas de financiamento..."

“As nações em desenvolvimento insistem em que a maior parte dos gases que produzem o efeito estufa provém do mundo industrializado."

O mundo em desenvolvimento alega a necessidade de ajuda financeira para lidar com os efeitos climáticos.

Ban Ki-moon, secretario geral das Nações Unidas, declarou que: "Se não se tomam medidas urgentes para combater os câmbios climáticos podem levar à violência e a distúrbios em massa a todo o planeta."

“O câmbio climático intensificará as secas, inundações e outros desastres naturais."

“A escassez de água afetará a centos de milhões de pessoas. A desnutrição vai arrasar grande parte dos países em desenvolvimento."

Num artigo do The New York Times o passado nove de agosto se explicava que: "Os analistas vem no câmbio climático uma ameaça para a seguridade nacional."

"Semelhantes crise -continua o artigo- provocadas pelo clima puderam derrocar governos, estimular movimentos terroristas ou desestabilizar regiões completas, afirmam analistas do Pentágono e de agencias de inteligência que pela primeira vez estão estudando as implicações do cambio climático na seguridade nacional."

"...Se volve muito complicado rapidamente', diz Amanda J. Dory, Secretaria de Defensa Adjunta para Estratégia, que trabalha com um grupo do Pentágono destinado a incorporar o câmbio climático à planificação da estratégia nacional de seguridade. “

Do artigo de The New York Times se deduz que ainda no Senado não todos estão convencidos de que se trata de um problema real, ignorado totalmente até agora pelo governo dos Estados Unidos desde que se aprovou faz 10 anos em Kyoto.

Alguns falam de que a crise econômica é o fim do imperialismo; quiçá haveria que perguntar-se se não significa algo pior para nossa espécie.

A meu juízo, o melhor sempre será ter uma causa justa que defender e a esperança de seguir adiante.

Fidel Castro Ruz

Agosto 12 de 2009

Modificado (13 de agosto de 2009)

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