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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

PARADIGMAS DA COMUNICAÇÃO

PARADIGMAS DA COMUNICAÇÃO – Autor: Jaime Maristany – (Consultor de Comportamiento Humano.- Buenos Aires – Argentina.)-


Neste paper vamos revisar alguns aspectos da comunicação, sem ir mais longe disso, recordando alguns aspectos que são importantes para nossa relação com os demais.
Comunicar significa transmitir algo que conhecemos.
Os três níveis de uma comunicação, são: dados, informação e conhecimentos:
Dado é um elemento solitário: o sol.
Informação é a reunião de dois os mais dados: o sol produz luz.
Conhecimento é a elaboração de uma informação. A luz que produz o sol permite que existam os dias e a noite.

Através deste exemplo elementar podemos discernir os três níveis do conhecer.

Agora bem, algumas pessoas tendem a querer transmitir o que sabem, outras tendem a não querer transmitir o que sabem. Existem uma quantidade de pessoas e de instituições que se negam a transmitir seus conhecimentos. Sem embargo até os que não querem transmitir seus conhecimentos, que são muitos, é muito provável que através de atitudes ou manifestações de outros conhecimentos, transmitam isto que sabem. Porque o conhecimento não é um anexo do ser humano senão que é algo próprio e interno de cada um. O conhecimento que um tem o transmite não só com palavras senão com gestos, com reações mínimas, através das quais demonstra que sabe algo, que tem uma experiência, e que de acordo com ela, reage.
A comunicação é essa transmissão a um terceiro e essa comunicação se converte em conhecimento para o outro. Porém ao mesmo tempo comunicar se converte em uma nova experiência para quem comunica. E sabido que ensinar é uma das melhores maneiras de aprender. Com o qual a intenção de transmitir conhecimento se reverte em um novo conhecimento para quem comunica.

Por outra parte o conhecimento que temos se produz somente através de nossos sentidos. Não temos outra forma de conhecer que não seja por nossos sentidos. O chamado conhecimento extra- sensorial é uma forma de percepção que acontece através de nossos sentidos e sim se chama extra-sensorial é porque se supõe que nos vem ao espírito diretamente, que é un êxtases, sem advertir que também isto ocorre através de nossos sentidos.
E falar que o que conhecemos nos ocorre porque:
Ouvimos
Gostamos
Olhamos
Tocamos
Cheiramos.
Estes são os caminhos para nosso conhecimento de todo tipo. E para que isto ocorra temos una estrutura que se dirige basicamente a dois setores ou funções:
Contamos com cem milhões de neurônios que nos informam o que passa ao nosso lado.
Contamos com dez bilhões de relações para nosso interior.
Isto é surpreendente. Um tende a pensar que se necessitam mais relações para detectar o exterior que as que são necessárias para manejar o interior e sem embargo a complexidade das funções internas requer muitas mais relações internas que as que dispomos para relacionarmos com nosso entorno (recordemos que cada neurônio tem vários tentáculos chamados dendrites que estabelecem contactos com outras células em pontos chamados sinapses e que numa cabeça de alfinete cabem 20.000 neurônios).

Os processos do conhecimento

Os processos do conhecimento não são simples. Assim por exemplo quando olhamos algo, este sinal vai ao tálamo, daí passa à cortiça visual de onde passa à cortiça pré-frontal e à amídala e daí ao hipotálamo e ao tronco que dão instruções de acordo ao caso. Isto se faz por impulsos elétricos. Nesse momento nosso cérebro poderia acender uma lâmpada de 25 w.
Ou seja que existem uma série de impulsos elétricos que conectam os neurônios com as células. Como se chega a que um impulso elétrico seja a visão duma árvore ou de um rosto? As sucessivas transformações dos impulsos elétricos em códigos e estruturas fazem que o que terminemos enxergando seja uma árvore ou um rosto. Mas não sabemos ainda com claridade como acontece isto. A questão é que desta maneira e passo a passo desde antes de nosso nascimento vamos acumulando dados e informações que se vão convertendo em conhecimento e que não é que vemos rápida e diretamente do olho ao cérebro ou no olho mesmo. Cada vez que nossos sensos atuam o fazem pondo em marcha processos complexos que envolvem muitos neurônios em diferentes partes do cérebro.
Isto significa que em nosso cérebro existem ondas. Estas ondas não são estáticas, não são idênticas e em troca transcorrem de diferentes maneiras de acordo com o estado em que estejamos. As ondas cerebrais são as seguintes:

1. delta: são as mais suaves e acontecem quando dormimos,
2. alfa: são entre estas e as seguintes e acontecem nos
estados de relaxamento,
3. beta: são as mais dinâmicas, são as habituais que
acontecem quando estamos despertos,
4. theta: são quatro vezes mais lentas que a beta e
acontecem em estado de meditação.



Nosso entorno

Cada neurônio e cada sistema de neurônios ao comunicar-se entre si produzem efeitos particulares na informação que se recebe e na informação que se dá. Cada vez que nossos neurônios se conectam com algo, se produz um impulso e cada vez que se produz um impulso estamos percebendo algo diferente, apesar de que na maioria das ocasiões não nos demos conta do fato de que se tem produzido uma percepção (em realidade a maior parte de nossas ações são automáticas, não podemos tomar consciência de todo o que fazemos).
O que é notável nesta situação é que quando cheiramos, tocamos, ou vemos algo temos essa percepção de nosso entorno, estamos recebendo informação de algo que não sabemos que é. Após de muito discutir sobre este tema, a filosofia primeiro e a ciência após chegaram à conclusão de que não podemos conhecer os objetos e o que percebemos, o que acreditamos conhecer são os fenômenos que nos aparecem. A realidade nos é desconhecida e chegamos a ela somente porque experimentamos através destes fenômenos que percebemos, que acontecem certas coisas. Deixam-se uma maçã no ar, cai, se jogamos uma bola com certo impulso e direção passará pelo aro, etc.
Ou seja que temos uma estrutura para perceber e o que percebemos são fenômenos, aparências de algo que não podemos saber de que se trata. Poderíamos simplesmente ficar satisfeito com isto. Mas o problema se complica pela mesma complexidade da estrutura de percepção. Fizemos uma breve descrição do que acontece quando vemos algo. Não é, como parece que há uma imagem que vai do olho ao cérebro e isso é tudo. O olho percebe, toma esse impulso elétrico, o vai transmitindo a distintos corpos que o vão modificando até chegar à imagem. Isto significa que o menor diferença que exista nessa estrutura entre cada pessoa terá como efeito que cada pessoa tenha uma visão diferente da mesma imagem. De fato todos podemos presenciar ou ser partes na discussão sobre se uma cor é azul ou na realidade é verde. Os tons se aproximam, as diferenças se fazem mais sutis e cada um as enxerga duma maneira diferente. Se lhe damos mais ou menos luz, se a superfície é mais ou menos lisa, tudo ajuda a que possamos confundir num senso ou em outro.
Da mesma maneira acontece em todas as demais percepções que temos. E quando chegamos a ponto do abstrato a complexidade é maior, porque não temos uma referência específica sobre a qual discutir.
Em definitivo e apesar disso pareça uma exageração, a realidade é que todos os dados nos levam a falar que a realidade é “inventada” por cada um de nós, porque cada um de nós “enxerga” de uma maneira diferente, as percepções de cada um são ligeiramente distintas e a soma destas percepções fazem que terminemos chegando a conclusões diferentes.
Além disso no passado tudo parecia mais claro: pensávamos com o cérebro e sentíamos com a coração. Dois órgãos para duas funções. Mas isto é falso. O coração não nos faz sentir senão a dor que nos possa produzir quando não funciona bem. Quando funciona bem não nos informamos que está mantendo-nos vivos com esse ritmo permanente e quase milagroso de um músculo extraordinário. A emoção está no cérebro, não no coração. Com o qual se nos complica a situação.

Eliot foi um paciente de Antonio Damaso que havia sofrido danos em una pequenos zona da cortiça pré-frontal. Viveu uma vida neutra, não sentia tristeza ou impaciência e tinha dificuldades para levar a cabo decisões relacionadas com a ética.

O dano cerebral produz insuficiência nos movimentos ou no pensamento, mas também na emoção. Algo tão claro como era que a tomada de decisões era uma área da razão, troca com a experiência que demonstra que o dano cerebral produza dificuldade emocional e impossibilita uma tomada de decisões clara.
Aqui se faz mais intenso o problema das diferenças entre pessoas, porque enquanto a cor da tela tem ante si um elemento físico que porém duvidoso permanece frente a nós, uma emoção, uma idéia, é abstrato que não podemos tirar, colocar sobre a mesa e olharmos entre todos para chegar a alguma conclusão. E quando além disso sabemos agora que quando falamos de idéias e de emoções nos misturam ambos em um só órgão onde as idéias saem entintadas por emoções e as emoções guiadas por idéias, a questão nos volta mais complicada.


A seleção e a eleição para nossas condutas

Vamos deixar por um momento a questão anterior nesse estado para voltar logo a revisar.
Olhemos agora como chegamos à seleção e eleição de nossas condutas.
Como resultado das percepções que fazemos, nos acontecem coisas, porque reagimos ou porque estas percepções por si mesmas não são neutras. Tem coisas que nos resultam molestas sem que nós façamos nada por ela: um vizinho pondo a música a 120 decibéis nos resulta desagradável, estar num ônibus apertado contra outros passageiros, nos resulta molesto. Outras vezes o problema nos aparece frente a coisas que fazemos: queremos correr para alcançar algo e nos doi às costas, quer saltar uma fila e reagem os demais contra nós.
Por um ou outro caminho desenvolvemos experiências que nos resultam desagradáveis. Insistiremos em que a música esteja baixa, evitaremos ônibus lotados, não correremos tanto ou tão rápido, faremos a fila em forma civilizada. Porque o ser humano tende a rejeitar aqueles fenômenos que nos resultam em experiências desagradáveis e em troca tendemos a repetir aqueles que foram experiências agradáveis. Com o tempo aprendemos a rejeitar também aquelas coisas agradáveis que resultam ou podem resultar seguramente em um dano maior, umas enfermidades, um castigo ou outro dano. Com o tempo apreendemos que é preferível abstermos disso que nos gosta porque depois nos produz outra coisa que nos desgosta.
Ao repetir as abstenções e as reiterações vamos conformando paradigmas sobre o que criamos nossas condutas.
O cérebro é em última instância um detector de modelos, o qual o confirmam os estudos acerca da linguagem. Ou seja que, por ação ou abstenção, o cérebro vai elegendo os modelos com os que se manejará e esta reiteração faz que se sinta cômodo em aqueles assuntos em que reitere o modelo. A questão é que uma vez que temos um modelo de conduta, não vamos deixá-lo, porque este é nosso paradigma e a única maneira em que poderemos deixá-lo e trocá-lo por outro.


A negociação de nossas necessidades

Voltando ao parágrafo prévio, recordemos a diferença com que cada um de nós vai estruturando a realidade. Ao longo da nossa vida, desde antes de nascer, vamos acumulando estas experiências diferentes a partir dos genes e os seres humanos crescem no meio e as circunstâncias que nos ao tocado em sorte. A questão é que, ainda pudéssemos duplicar duas realidades idênticas, ambas pessoas teriam uma visão diferente da realidade, porém além disso, a realidade concreta de cada pessoa é diferente dependendo destas duas questões básicas, genes e entorno. Com isto as diferenças entre as pessoas se fazem abismais.
Porém todos nós a partir destas diferenças de percepção, a partir destes genes e entorno distinto, buscamos satisfazer nossas necessidades. Porque os seres humanos têm algumas necessidades que são básicas e que tratamos de satisfazer ante tudo e partindo de nossa realidade pessoal. As necessidades básicas a que nos referimos são as seguintes:
Viver
Fazer
Crescer
Ter
Ser Reconhecido
Pertencer
Ter segurança
Transcender.
Brevemente observaremos que a primeira é a necessidade obvia de estar vivo; a segunda é que o ser humano tem que fazer, não pode estar totalmente quieto; a terceira com o fato de que desde o momento em que somos concebidos crescemos e o fazemos em mais de uma área, em mais de um sentido; a quarta com que queremos, amamos e isto se nos faz querer ter, possuir; a quinta é a necessidade de ser reconhecido pelos demais; a sexta é a necessidade de pertencer a um grupo; a sétima a de ter segurança em nossas vidas e a última é a de não morrer, a de ficar após
nossa morte.
Cada um de nós ordena estas necessidades de maneira diferente, porém não parece possível abandonar nenhuma. Tratamos de ser reconhecidos pela sociedade na que estamos para a partir daí fazermos pessoas, não cair no abandono que nos leva à loucura. Isto o faz negociando nossa realidade da melhor maneira possível.
Cada um de nós desenvolve uma pirâmide de crenças e de princípios que tem três níveis. Num primeiro nível estão os



atos que realizamos, os quais estão baseados em atitudes que respondem a crenças e princípios que podemos trocar. Por baixo destes estão o que chamamos a Rocha, que são aqueles princípios e crenças que estão tão firmemente enraizados em nós e que são imodificáveis e a única maneira de que sejam trocados com uma lavagem cerebral.
Esta graficação primária é um esboço do que nos passa aos seres humanos com o desenvolvimento que fazemos da negociação que levamos a cabo a partir de nossos genes e da nossa formação, para poder satisfazer nossas necessidades. As crenças e os princípios que temos não são casuais e tem mais ou menos força em cada um de nós segundo estas bases primeiras e segundo o que tenhamos que fazer para lograr satisfazer nossas necessidades básicas na medida em que consideremos suficientes.
Apreendemos a adotar certos mecanismos e condutas e não outros para atingir estes resultados e damos prioridade a algumas necessidades sobre outras. Adotamos certas maneiras de associar e de relacionar estas maneiras. Com estas maneiras e com a quantidade de informação que possuímos poderemos desenvolver nossa criatividade.
Ou seja que na pirâmide de nossos atos e atitudes nos haveremos constituído mais rígidos ou mais flexíveis, mais favorável a crescer ou a ter, a transcender ou a procurar segurança. A isto somaremos dados, informação e conhecimentos. A maior quantidade de elementos nestas três formas de conhecer, somada a uma estrutura pessoal mais favorável a crescer, nossa criatividade será maior. Uma estrutura de personalidade mais rígida com menor quantidade de conhecimentos terá uma possibilidade de criatividade menor. Quanto mais rígida seja nossa personalidade mais difícil se nos fará negociar nossa situação na sociedade, quanto mais flexível nos fará mais fácil. Sem embargo e a partir de certo ponto, o excesso de flexibilidade nos converte em seres não confiáveis ou ainda puníveis e pelo outro extremo, nossa situação na sociedade se nos fará mais difícil.
No mundo atual se tem uma maior compreensão do que lhe passa as pessoas porque existe um conhecimento de psicologia que não existia faz duzentos anos. Infortunadamente às vezes acontece que nos esquecemos de que a compreensão não significa a aceitação da violação das normas e confundimos psicologia com direito, com o qual aceitamos fatos que em realidade são inadmissíveis. Se não mantiver clara a diferença entre psicologia e direito perdemos a claridade nos princípios que queremos para nossa sociedade, que poderão ser mais ou menos psicologistas, porém em definitivo se concretizam em regras legais sem as quais uma sociedade cai no caos.
Entre estes parâmetros , cada um negocia sua realidade e trata de satisfazer suas necessidades na sociedade. Estas negociações se fazem através da comunicação. E como podemos ver o processo de comunicação sensorial não é tão simples como podíamos pensar, senão que os processos são complexos.
Mas além disso uma vez que ultrapassamos esta etapa da utilização dos sentidos, nos encontramos frente a nós com outras pessoas e a comunicação toma uma nova complexidade.


Aspectos da comunicação

Vamos recorrer alguns aspetos da comunicação:
O primeiro aspeto da comunicação é que estamos em comunicação permanente. Através de nossos silêncios, de nossos gestos, da forma em que vestimos, de onde vivemos, estamos dando permanentes emissões a nosso entorno: não podemos deixar de comunicarmos.
Outra questão é que cada vez que nos comunicamos estamos dando uma mensagem. Esta mensagem tem um senso que é recebido pelo outro e é interpretado pelo outro.
Outro elemento que a interpretação do outro não é o que nós emitimos. O outro pode interpretar o que queremos comunicar ou pode interpretar outra coisa.Isto se deve a que não escutamos. O ser humano tem uma tendência a dar coisas por supostas e a escutar através de nossos próprios filtros, que são os prejuízos que colocamos entre nós e nosso entorno.
Um aspecto que é interessante fazer notar é que toda comunicação é simétrica ou assimétrica. Quando a comunicação é entre pares é simétrica, quando existe alguma hierarquia entre ambos é assimétrica. Porém isto resulta em uma questão sutil quando a relação aparentemente simétrica é realmente assimétrica porque una das partes tem um ascendente sobre a outra, que não está baseada em una hierarquia formal, senão simplesmente em um reconhecimento de uma das partes pela outra.

Nossa forma de ser faz que demos mensagens de maneiras muito diferentes. Por exemplo, se pode falar:
“é importante soltar a embreagem de forma suave” ou se pode falar
“solta a embreagem e estragarás a transmissão”.
Nos dois casos estamos falando o mesmo, mais numa a aproximação é instrutiva e amável, na outra é áspera e agressiva.
Podemos comunicar de maneira clara ou podemos fazê-lo de tal maneira que resulte difícil saber que pretendemos falar. Um exemplo seria o seguinte:
“Os fregueses que pensem que nossos garçons são grosseiros deveriam ver ao gerente”
Isto quer significar que os fregueses poderiam optar por apresentar queixa ante o gerente ou quer dar a entender em troca que o gerente é pior que os garçons.
É mais habitual do que acreditamos que nossas comunicações não sejam claras e este é um fato reconhecido desde muito tempo. Nos exércitos se faz repetir a ordem ao outro para que fique claro para ambos do que se trata. Isto pode parecer ridículo sobre tudo em alguns casos muito óbvios, porém deixa clara a comunicação e evita erros que no caso especifico das guerras podem ser fatais. Este costume não se desenvolveu pela iniciativa de algum general iluminado, senão que foi adotada porque se podia advertir que se cometiam erros por dificuldades produzidas na comunicação.

A comunicação tem dois institutos que são muito interessantes: a profecia auto cumprida e o paradigma.
A profecia auto cumprida é uma conduta pela qual comunicamos algumas coisas que terminam por realizar-se, quando em realidade não se houvéssemos realizado necessariamente se não houvéssemos insistido em nossa comunicação.
Um processo típico de profecia auto cumprida é o que começa pela sensação de que não requerem. A partir disto desconfio dos demais, minhas comunicações se fazem insinuantes, suspeitando dos afazeres dos outros. O resultado disto é que os demais começam a reagir contra do que estou falando e fazendo, e acontece o que eu predisse: não me querem.
Na realidade minha conduta, expressada através de comunicações de distinta ordem é a que provocou algo que seguramente não se houvesse produzido.
No outro extremo está quem acredita que é simpático. A partir disso atua de maneira afável e suas comunicações são simples e agradáveis. O resultado é que as pessoas o consideram uma pessoa simpática.
Estas são condutas que pode dever-se a estratégias da pessoa, mais em geral nos referimos a atuações que tem a ver mais com reações não definidas que com estratégias. A pessoa crê que não a quer ou crê que é simpática. Não se deteu a pensá-lo, mas seguramente se lhe perguntamos nos dirá que sim, o há feito. Porém aqui é onde voltamos com o problema de nossas emoções e nosso pensamento saindo dum mesmo órgão. A influencia das distintas partes de nossos mecanismos não é de graça e estes são casos onde habitualmente se misturam ambos e terminamos comunicando expressões que são emocionais e não racionais como cremos (o uso da palavra crer aqui não é casual, porém se trata de casos nos quais não fizemos uma análise racional suficiente e estamos crendo apesar de que digamos que estamos pensando).

Os paradigmas são muito interessantes. Um paradigma é uma afirmação sem saída. Não é como às vezes se usa, uma afirmação complexa. Em um paradoxo não tem solução. Veremos alguns casos:
O paradoxo clássico e “seja espontâneo”. Se for espontâneo não obedeço e se obedeço à ordem não sou espontâneo.
Outra clássica também é similar à anterior é “sé livre”. Ou obedeço e não sou livre ou sou livre e não obedeço.
Está a do gay que quer fazê-lo com um “verdadeiro” homem. Se o faze com um “verdadeiro” homem nesse mesmo ato o outro ha deixado de ser “verdadeiro”.
Ou o caso do barbeiro que “barbeia a todos os que não se barbeiam por si mesmos”. Ou não se barbeia a si mesmo ou não barbeia a todos os que não se barbeiam por si mesmos.
Uma muito comum é a da ilusão de alternativas nas que se planteiam alternativas pro ao mesmo tempo se planteia o “dever ser” com o qual as alternativas ão ficado eliminadas.
Provavelmente a mais bonita de todas é a de Freud, que quando quis sair de Viena foi exigido pela Gestapo de que falasse a favor do nazismo, de maneira que não pudesse fazê-lo uma vez afora. Após pensar,no dia seguinte deu ao oficial da Gestapo a seguinte mensagem: “recomendo fervorosamente à Gestapo”. O oficial não podia deixar de aceitar semelhante elogio, porém ao mesmo tempo era evidente que de nenhuma maneira Freud poderia recomendar à Gestapo e ainda menos fervorosamente. O oficial teve que aceitá-lo.
A comunicação é muito mais sutil e complexa do que habitualmente aceitamos.

Alguns elementos a ter em conta

Apesar da brevidade deste escrito, está claro que a comunicação é um fenômeno complexo ao que não damos a importância que tem. Para fechar este escrito vamos sinalizar alguns elementos que consideramos importantes para ter em conta em nossas comunicações e daremos um quadro das possibilidades das comunicações segundo as situações e seu resultado.
Alguns elementos que consideramos importantes para ter em conta são os seguintes:
O mais importante na comunicação é escutar. Não só com o ouvido, senão com a vista e com todos os sentidos que nos permitam observar o que está falando o outro e que nos permitam compreender que está falando o outro.
Tanto o que emite quanto o que recebe devem traduzir constantemente de um ao outro. Não se pode pedir uma repetição ao estilo militar do que se tem falado, porém se podem buscar formas de recavar o que o outro entendeu.
O que importa é o que o outro entende, não o que nós queríamos falar. É habitual escutar que alguém diga: ”lhe diz tal coisa”, expressado em geral em tom de queixa. O que essa pessoa não tomou em conta é que o importante não era o que ela dizia, senão que era o que o outro entendeu.
O que importa é qual é a resposta que queremos obter, não a pergunta. Habitualmente perguntamos algo que nos interessa. Não pensamos em que é o que queremos que nos digam. A pergunta pode interpretar-se de distintas maneiras, a resposta que buscamos para saber algo, pode escaparse-nos pela estrutura ou a maneira em que fazemos a pergunta.
Sim se produz algum distúrbio na comunicação, dos que sinalizamos ou outro, isto ocorre pela confiança que depositamos no outro. Não pode haver dificuldades na comunicação se não estamos confiando no outro e não analisamos ou não lhe questionamos a comunicação.
Tem uma tendência (e não somente em grupos religiosos extremos) a identificar a bondade com a liberdade. “Isto que digo é bom”. Toda vez que se identifica à bondade com a liberdade significa negar a liberdade e fortificar a compulsão: faço porque é bom, não porque escolha considerá-lo boa.
Outra tendência é a que toda pessoa que diga coisas que nos desgostam se a trate de louca ou de má. A comunicação diferente a que cremos ou pensamos pode estar errada, pode ser que a pessoa seja má ou que esteja louca, mas a reação a que nos referimos é isto, uma reação, não é uma análise, senão uma forma de defender nossa maneira de ver as coisas de maneira automática e extrema.

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